O BAMBU

Em uma propriedade havia um bambuzal e nele destacava-se um bambu, que por ser o maior, estava em uma situação privilegiada e lá do alto podia ver toda a planície, contemplar toda a natureza ao seu redor. Era muito feliz. Sentia orgulho da posição que se encontrava e, se considerava mesmo superior dentre os demais de sua espécie.
De tempos em tempos o senhor daquela propriedade vinha a passear por aquele local e ficava a observar o bambu.
O bambu sentia muito feliz. Ele sentia que o senhor tinha, por ele, uma admiração muito forte.
Ele também amava o senhor e, ao vento se curvava todo, como em reverência.
Certa vez, o senhor se aproximou mais do que fazia em suas costumeiras visitas. O senhor tocou no bambu.
O bambu se estremeceu e chegou a emitir pequenos estalidos, numa demonstração de satisfação. O quê que o senhor queria?
Com voz firme e amorosa o senhor falou ao bambu:
-Olha bambu, eu te escolhi. Eu preciso de ti.
O bambu respondeu:
- Senhor, com todo prazer te servirei. Mas, como poderei ser útil?
-Primeiro, vou precisar cortá-lo aqui embaixo.
-Mas vou cair no chão! Não mais terei a visão de toda a planície. E isto é meu orgulho.
-È, mas eu preciso de ti e, para me seres útil, preciso cortá-lo.
-Bem senhor... Se não há outro jeito; faça a tua vontade.
O senhor, com sua ferramenta cortou o bambu, bem rente ao chão e, em câmara lenta, o bambu caiu, levantando uma nuvem de poeira.
Em seguida, o senhor com seu facão começou a desfolhar o bambu.
-Ei senhor! O que é isto? Estás me despindo
-Sim bambu, eu preciso de ti e, para que me sejas útil preciso aparar estas folhas, estas arestas.
-Mas senhor, é minha vaidade! Já me derrubaste do meu orgulho e agora me tiras a minha folhagem, que sempre ostentei com tanta vaidade?
-Bambu, eu preciso de ti, e para que me sejas útil preciso aparar toda esta folhagem
-Bem senhor se não há outro jeito, faça a tua vontade.
O senhor limpou externamente todo o bambu. Feito isto o senhor abriu o bambu em duas metades.
-Senhor! Que fizeste? Abriste-me ao meio expondo todo o meu interior!
-Sim, eu preciso de ti, e para que me sejas útil foi necessário fazê-lo.
Continuamente, o senhor, com sua ferramenta começou a arrancar os nós do interior do bambu.
-Não senhor! Aí não! Por favor, é meu coração! E meu interior!
-Olha bambu, eu preciso de ti, e para que me sejas útil eu preciso remover estes entraves.
-Mas senhor, é minha privacidade, meu ego. O senhor vai mexer, vai doer, vai incomodar.
-Meu querido bambu, eu preciso de ti, e para que me sejas útil, preciso fazer este tratamento em seu interior. Somente assim me poderás ser útil.
Bem senhor, se é assim... Faça a tua vontade.
Após estar todo limpo, o senhor juntou as duas extremidades, levou-o a uma fonte e fez correr água fresca e limpa pelo seu interior, que foi desaguar em uma sementeira, irrigou a terra, e fez germinar sementes, que cresceram e produziram frutos. Frutos que alimentam homens, mulheres e crianças.

Para meditar:
“... tu, a quem tomei das extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: tu és meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei.” Is 41.9

1- Somos escolhidos por Deus.
João 15.16 “Não foste vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu escolhi a vós e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos conceda.”


2 - Para sermos úteis, para fazermos a vontade de Deus, temos que:
• Deixarmos nossas posições privilegiadas, cômodas e nos colocarmos de joelho no chão, rosto voltado ao pó. Precisamos orar e nos humilharmos diante de Sua SOBERANIA.
• Precisamos nos despir de toda a vaidade. Deus agrada de humildade.
“Se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se desviar dos maus caminhos, então o ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” 2 Cr 7.14
• Temos que nos expor. O mundo tem que ver em nós povo restaurado, povo transformado.
“Assim já não és mais escravo, mas filho; e, se és filho, és herdeiro de Deus por Cristo.” Gl 4:7
• Nosso interior.
Precisamos ser tratados, temos que estar livres de: preconceitos, ressentimentos, murmurações. Devemos estar prontos a perdoar.
O Senhor toma cada um de nós, e nos leva ao local descrito pelo salmista em Sl 46.4 “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o Santuário do Altíssimo.”
Em Ap 22.1 “Então me mostrou o rio da Água da Vida, brilhante como cristal que saí do trono de Deus e do Cordeiro.”
Este Rio é Jesus.
João 7.38 “Quem crer em mim, como diz as escrituras, do seu interior fluirão rios de água viva.”

Paulo Roberto A. Castro, Pb.